sexta-feira, 7 de junho de 2013

Um dia que não existiu

A presidente Dilma e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, tentaram montar um circo para transformar notícias velhas em propaganda do governo. É como se o Dia Mundial do Meio Ambiente não existisse para elas. E, se levarmos em considerações as últimas ações e falas desse governo, ela não existe mesmo.
Elas mostraram - de novo - uma queda histórica no desmatamento da Amazônia, que deve ser comemorada, mas que reflete uma situação atrasada (4.571 km2 entre agosto de 2011 e julho de 2012). Desde então, sinais de aumento do desmatamento surgem a toda hora, inclusive vindos do próprio governo por meio de seu sistema Deter. Sobre isso, ninguém falou nada.
Dilma discursou sobre planos estruturantes para a Amazônia que unam combate à derrubada a ações de estímulo ao desenvolvimento preservando a floresta. A fala cheira a ilusão para quem acompanha as últimas notícias da região: indígenas com direitos contestados; o Ibama com poder de fiscalização desidratado; um Código Florestal que beneficia e premia quem passa o trator sobre a floresta; projetos de infraestrutura, notadamente grandes hidrelétricas, planejadas e construídas sem que premissas socioambientais sejam seguidas.
"Até alguns anos atrás, o Planalto usava o Dia Mundial do Meio Ambiente para dar boas notícias concretas, como demarcação de novas unidades de conservação e políticas de apoio a terras indígenas e ao desenvolvimento sustentável. Mas o que vimos hoje foi o governo agindo fora do contexto real do campo, como se estivesse num mundo de Alice, do outro lado do espelho, em que a realidade é distorcida", afirma Renata Camargo, assessora política do Greenpeace. 
"Os brasileiros esperam e merecem mais. É possível acabar com o desmatamento, controlar a emissão de gases-estufa, acabar com a violência e o trabalho escravo no campo e crescer com respeito ao ambiente."

Nenhum comentário:

Postar um comentário