Brasília - Cerca de 182 mil toneladas de resíduos recicláveis foram
coletados até o momento dentro e nos arredores dos estádios das 12 cidades-sede
da Copa do Mundo. O balanço foi apresentado nesta quinta-feira (10) pela
ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em entrevista coletiva no Centro
Aberto de Mídia da Copa, na zona sul do Rio de Janeiro.
Cerca
de R$2 milhões foram investidos na contratação 1,5 mil catadores nas 12 sedes
da Copa, que trabalharam nas arenas e nas Fan Fests.
Segundo
Izabella, as linhas de financiamento criadas pelo governo para financiar a
coleta seletiva durante a Copa serão ampliadas para cidades que não receberam
jogos do Mundial.
“Estamos
financiando uma estrutura de coleta seletiva, com tecnologia de ponta,
recicladoras integradas com os catadores que saíram das ruas e agora estão nas
fábricas, mudando o patamar de renda”, contou ela. “Agora temos um desafio de
5,6 mil municípios, que é um desafio enorme”, comentou.
A
iniciativa durante a Copa é resultado de uma ação governamental que engloba
cinco estratégias de sustentabilidade, entre elas a certificação ambiental de
construção e gestão sustentável dos estádios pelo sistema Leadership in Energy
and Environmental Design (LEED).
Cinco
estádios já foram certificados, sendo que o Estádio Mineirão, em Belo
Horizonte, recebeu o selo Platinun, categoria máxima da certificação.
A
Arena Castelão, em Fortaleza, ganhou a certificação padrão e os estádios Arena
Fonte Nova, em Salvador; Arena Pernambuco, no Recife; e Estádio do Maracanã, no
Rio de Janeiro, receberam a certificação prata.
O
Estádio Nacional de Brasília, o Estádio Beira Rio, em Porto Alegre; e a Arena
da Baixada, em Curitiba, estão em fase final de certificação. Segundo Izabella,
até dezembro todos as arenas terão certificação.
“Nenhum
país fez isso antes e essa certificação compreende vários requisitos como a
gestão de resíduos, de empregos mais sustentáveis, eficiência energética, a
parte de ventilação natural”, citou. “Um dos legados da Copa é o domínio
tecnológico em construção sustentável que o Brasil não tinha nas cidades-sede”,
avaliou.
Outra
iniciativa da agenda ambiental da Copa destacada pela ministra foi a mitigação
das emissões de dióxido de carbono, diretas e indiretas, durante o Mundial.
Izabella
disse que, até agora, foram emitidas 1,406 milhão de toneladas do gás de efeito
estufa indiretamente ligadas ao evento, sendo que 98,1% desse total foi gerado
pelo transporte aéreo e hospedagem, 0,5% pelas obras e 1,4% por deslocamentos
terrestres, serviços e consumo. Cerca de 60 mil toneladas de dióxido de
carbono estão diretamente ligadas aos jogos, segundo Izabella.
A
ministra comemorou o fato de que 545 mil toneladas de dióxido de carbono
equivalente ligadas à Copa já foram compensadas com reflorescimento e compra de
crédito de carbono, por meio de projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL).
“Já
começamos a Copa do Mundo com as emissões diretas mitigadas. Já mitigamos,
voluntariamente, nove vezes as emissões diretas da Copa, e esperamos chegar até
o final do ano com todas as emissões mitigadas”, calculou.