Líderes
mundiais prometerem usar bilhões de dólares em ações para cuidar do planeta
durante a Cúpula do Clima da ONU, realizada nesta terça-feira, com o objetivo
de definir um novo curso para o aquecimento global e reverter o aumentou da
emissão de gases do efeito estufa.
O
objetivo da cúpula que reuniu mais de 100 líderes mundiais é estabelecer os
fundamentos de um novo tratado global, a fim de combater as mudanças climáticas
até dezembro de 2015. Os países não são obrigados a adotarem as medidas
decididas nos acordos.
Mais de
150 países concordaram em acabar com o desmatamento até 2030. Os EUA, Canadá e
todos os países da União Europeia assinaram uma declaração se comprometendo a
reduzir o desmatamento até 2020 e eliminá-lo até 2030. A viabilidade dessa meta,
contudo, foi prejudicada devido à decisão do Brasil, membro chave, de não
concordar com o pacto.
Líderes
mundiais prometerem usar pelo menos US$ 5 bilhões para ajudar o mundo a se
tornar mais sustentável, o que inclui acabar com a queima de carvão, óleo e gás
e eliminar a destruição de florestas no mundo. A União Europeia (UE) declarou
que os países membros poderiam reduzir suas emissões de gases do efeito estufa
com a meta de que até 2030 eles estivessem 40% abaixo no nível em 1990. A UE
também propôs usar fontes de energia renováveis para suprir 27% das
necessidades do bloco e a aumentar a eficiência energética em 30%.
Jose
Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia, alertou que isso poderia ser
feito sem prejudicar a economia. Ele afirmou que nos próximos sete anos, a
União Europeia doaria três bilhões de euros (US$ 3,9 bilhões) para ajudar
países em desenvolvimento a se tornarem mais sustentáveis. "Nós provamos
que proteção climática e economia forte devem andar lado a lado" declarou.
A França prometeu doar US$ 1 bilhão e a Coreia do Sul, US$ 100 milhões. Outros
países, como Chile, prometerem cortes nas emissões de gases do efeito estufa
até 2020.
Caso a
meta de preservação das florestas seja alcançada, a ONU diz que seria
equivalente a tirar todos os carros de circulação no mundo. O grupo de
empresas, países e organizações não governamentais também se comprometeu a
restaurar mais de um dois milhões de quilômetros quadrados de florestas até
2030. A Noruega votou para gastar US$ 350 milhões na proteção de florestas no
Peru e outros US$ 100 milhões na Libéria.
O Japão se comprometeu a estabelecer novas metas no começo de 2015 e a ser um
modelo de baixa emissão de carbono para a sociedade. O país também anunciou que
está lançando um satélite para monitorar as emissões. O Canadá prometeu
fabricar carros e caminhões com uso mais eficiente de combustíveis.
O
presidente americano, Barack Obama, afirmou que os EUA e a China tem a
"responsabilidade especial de liderar" esforços para frear emissões
de gases que provocam o efeito estufa. Durante a cúpula, Obama afirmou que
"a urgente e crescente ameaça de mudança climática" é o problema que
vai definir o século da forma mais dramática.
Obama
anunciou algumas medidas que Washington vai tomar em relação às mudanças
climáticas, incluindo uma parceria para ajudar companhias de petróleo e de gás
a bloquear vazamentos de metano. As outras ações são empregar tecnologias para
ajudar populações pobres pelo mundo a se prepararem para desastres naturais e
um pedido para que agências federais atuem em programas americanos
internacionais.
O
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki Moon, alertou
que até 2020 o mundo deve reduzir a emissão de gases do efeito estufa para
evitar um nível cada vez maior de aquecimento, considerado perigoso há cinco
anos. Em 2009, líderes mundiais se comprometerem a evitar que a as temperaturas
mundiais aumentassem 3,6 graus Celsius.
Ban e
Rajendra K. Pachauri, ganhador do prêmio Nobel e integrante do painel de cientistas
sobre o tema, alertaram que o aquecimento global já está acontecendo e
lembraram o episódio em que um prédio da ONU foi inundado durante a tempestade
Sandy, em 2012. Pachauri afirmou que a situação vai ficar pior, com secas,
tempestades e escassez de comida e de água. Ele previu ainda mais conflitos
violentos causados pelo clima.